terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Cientistas produzem vacina que funciona contra todas as cepas da gripe



Cientistas da Universidade de Oxford (Reino Unido) constataram a eficácia de uma vacina contra a gripe que poderia funcionar contra todas as variações do vírus.

A pesquisa é inovadora porque o tratamento, ao contrário dos empregados até agora, ataca diferentes partes do vírus, o que faz com que não seja necessário produzir a cada temporada novas variações da vacina. Segundo os detalhes adiantados nesta segunda-feira pelo jornal "The Guardian", a equipe dirigida pela doutora Sarah Gilbert, do Jenner Institute da Universidade de Oxford, centrou seu trabalho nas proteínas do interior do vírus da gripe - que são as mesmas em todas as cepas - e não nas da camada externa, que podem sofrer mutações. "O problema com a gripe é que tem uma grande quantidade de variantes que mudam de maneira constante", manifestou Adrian Hill, diretor do Jenner Institute, que lembrou que quando aparece uma nova cepa à qual os seres humanos não são imunes os cientistas não conseguem produzir a tempo uma vacina eficaz. Isto é o que ocorreu nos últimos anos com a recente pandemia de gripe A (H1N1) ou a anterior de gripe aviária. As vacinas tradicionais empregadas atualmente fazem com que o organismo crie anticorpos, mas esta nova vacina dispara o número de linfócitos T ou células T, que são elementos fundamentais do sistema imunológico. Na pesquisa, 22 voluntários foram infectados com a cepa Wisconsin do vírus da gripe H3N2, isolado desde 2005. Destes, 11 haviam tomado a vacina e outros 11 não. O resultado foi contundente: a vacina funcionou nas 11 pessoas que a receberam e mostraram um maior nível de ativação dos linfócitos T, responsáveis por combater o vírus. Os autores da pesquisa destacaram que uma vacina universal economizaria muito tempo e dinheiro, já que o processo de desenvolver uma vacina contra cada gripe significa, pelo menos, quatro meses de trabalho e um investimento milionário. Além disso, se a variação da gripe for altamente patógena - como ocorreu em 1918 com a morte de milhões de pessoas - o atraso na obtenção da vacina seria fatal. "Se empregássemos a mesma vacina de maneira regular, seria como vacinar contra qualquer outra doença, como o tétano. Se transformaria em uma rotina. Não teríamos drásticas mudanças na demanda nem problemas de provisão", manifestou Sarah. A equipe da doutora Sarah considera que este avanço será especialmente positivo para as pessoas mais velhas.