segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Barriga pontuda não é sinal de que o bebê é menino; esclareça esse e outros mitos da gravidez

Do UOL Ciência e Saúde

Em São Paulo

Esclareça alguns mitos comuns sobre a gravidez

Foto 1 de 10 - Barriga pontuda é indício de que o bebê será menino
MITO - O formato da barriga não tem qualquer relação com o sexo do bebê. O que determina o aspecto pontudo ou arredondado é a estrutura corporal da mãe, a posição do feto e seu tamanho em relação à parede abdominal.

Fontes: Alberto Jorge Sousa Guimarães (obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana) Mário Martinez (chefe da obstetrícia do Hospital e Maternidade São Luiz) e Vitória Pamplona (psicóloga do Centro de Estudos e Atendimento a Mulheres e à Infância) Getty Images

Basta a barriga aparecer ou a gestante reclamar de enjoo para para ouvir algumas explicações malucas sobre a causa de sintomas típicos da gravidez. Entre elas, a famosa teoria de que barriga pontuda é sinal de que vem menino, ou que a azia é provocada pelo crescimento do cabelo do bebê. Duas afirmações que não passam de mito, segundo especialistas ouvidos pelo UOL Ciência e Saúde.

Algumas especulações estão ligadas à cultura de determinadas regiões do país, como a ideia de que, se a gestante colocar uma flor no cabelo, a criança nascerá com uma mancha vermelha no rosto. Ou que se guardar uma chave junto aos seios ela nascerá com fenda labial. “Nada disso é verdade; nada que a mulher coloque sobre o corpo afetará o bebê”, comenta a psicóloga Vitoria Pamplona, integrante do Centro de Estudos e Atendimento a Mulheres e à Infância e uma das autoras do recém-lançado livro “Da Gravidez à Amamentação” (Integrare Editora).

Certas crendices beiram o absurdo, como achar que, se a grávida tiver um desejo incontrolável de comer jaca e não o saciar, a criança nascerá com alguma característica da fruta. Mas o alerta, por mais surrealista que seja, pode até ter utilidade, já que a vontade de comer determinado alimento na gravidez pode indicar alguma carência nutricional.

Pedir para o marido sair de madrugada para comprar uma iguaria também pode ser só uma forma de pedir atenção, o que não significa que o capricho deva ser tratado com desdém. “Eu, como médico e pai de dois filhos, aconselho a satisfazer sempre que possível os desejos alimentares das grávidas, a menos que impliquem em algum risco à saúde. Podemos aproveitar a oportunidade e atender determinados desejos como um gesto de carinho e atenção, mesmo que isso não implique em carência nutricional”, menciona o obstetra Alberto Jorge Sousa Guimarães, do Hospital e Maternidade Santa Joana.

Outras afirmações chegam a colocar a gestante e o bebê em risco e, felizmente, já saíram de moda, como o conselho de ingerir cerveja preta para estimular o aleitamento. Especialistas garantem que a bebida não faz a mulher produzir mais leite. Além disso, o consumo de álcool em excesso pode trazer prejuízos sérios ao bebê (lembre-se que as substâncias ingeridas pela mulher são transmitidas à criança pelo leite). “A amamentação independe de alimentação específica e sim do estímulo mecânico”, esclarece o médico Mário Martinez, chefe de obstetrícia do Hospital e Maternidade São Luiz.

Para evitar problemas, vale a pena consultar um especialista antes de seguir certos conselhos populares sobre a gravidez, por mais inocentes que pareçam.