segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Turismo rural no Brasil cresce à taxa de 30% ao ano


Pesquisa mostra mapa empresarial do segmento no País; objetivo do levantamento foi conhecer o empreendedor e o universo da atividade no ano de 2010


Com crescimento de aproximadamente 30% ao ano, o turismo rural é uma das atividades econômicas que mais se desenvolve no País. No ranking mundial, o Brasil ocupa a quarta posição no segmento, perdendo apenas para Espanha, Portugal e Argentina. Segundo a Organização Mundial do Turismo, o crescimento internacional do setor é de 6% ao ano e pelo menos 3% dos turistas do mundo direcionam suas viagens para destinos rurais.

Os dados são da pesquisa Panorama Empresarial de Turismo Rural 2010, realizada em outubro pelo Sebrae em parceria com a PRB Consultores Associados e o Instituto de Desenvolvimento do Turismo Rural – Idestur com o objetivo de conhecer o empreendedor e o universo desta atividade no ano de 2010.

Segundo o levantamento, São Paulo é o maior destino de turismo rural no Brasil, com 122 municípios que possuem produtos rurais em crescimento extraordinário nos últimos anos. No entanto, a pesquisa mostra que novos destinos vêm se destacando pelo empreendedorismo, como Rio Grande do Norte e Piauí. “É uma tendência mundial. O turista não quer mais ser apenas um mero expectador de sua viagem, mas sim um protagonista, que efetivamente vivencia experiências únicas”, afirma Valéria Barros, analista da de Atendimento Coletivo Comércio e Serviços do Sebrae.

Atividade potencial

A pesquisa mostra, ainda, que a atividade turística pode ser uma excelente oportunidade para as pequenas propriedades rurais brasileiras, que podem agregar valores socioeconômicos e culturais com uma boa visão empreendedora. Pelo levantamento, o turismo rural e as atividades agroprodutivas convivem em perfeita harmonia, conforme 88% dos entrevistados. Segundo os empresários, “o turismo rural já é reconhecido como uma atividade comprometida com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural da comunidade”.

Em relação aos principais órgãos e entidades de apoio, os empresários afirmaram receber apoio de várias entidades governamentais e não-governamentais no decorrer do desenvolvimento do turismo rural. Para 32% dos entrevistados, o Sebrae foi a instituição mais lembrada, com envolvimento e engajamento no processo de profissionalização e desenvolvimento dos negócios.

O aspecto positivo da atividade mais citado foi a identidade do turismo rural como instrumento de reforço da riqueza e da diversidade da beleza do meio rural e da cultura local. Já os negativos mais destacados expõem as principais dificuldades de uma atividade relativamente nova, demonstrando de modo geral a importância do planejamento, da gestão dos empreendimentos e da ação integrada entre a iniciativa pública e privada, buscando o aprimoramento e a profissionalização do turismo rural.

“Este levantamento oferece ao empresário do setor informações fundamentais para o desenvolvimento do seu negócio, especialmente em relação à promoção do empreendimento e à comercialização”, diz Valéria Barros, do Sebrae.

Outra tendência observada na pesquisa é o surgimento de novas agências receptivas, de operadoras e de associações empresariais de classe como representantes de negócios do setor. “O estudo mostra que o envolvimento de instituições públicas e privadas e de comunidades locais, a disposição da classe empresarial na consolidação dos negócios em prol do desenvolvimento do turismo rural de forma sustentável e o aumento da demanda pela atividade, vislumbram o surgimento, em menos de dez anos, de uma nova realidade no País, a do Brasil do turismo rural”, avalia Valéria.

Com abrangência em 18 estados da Federação, a pesquisa foi realizada com 60 empresários da cadeia produtiva nacional do setor que participaram de rodadas de negócios realizadas durante a Feira Nacional de Turismo Rural – Feiratur, em 2009 e em 2010.

Agência Sebrae