segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Acessibilidade pode ser rentável para empresas


Segundo o gerente de Inovação e Tecnologia do Sebrae, Edson Fermann, instituição tem interesse em apoiar as pequenas empresas que vêm na acessibilidade uma opção para produzir produtos e serviços

Cerca de 14% da população brasileira possui algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida. Na cidade de São Paulo, os deficientes são cerca de 1,5 milhão de habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar disso, ainda são poucas as normas técnicas e as leis que regulamentam produtos e serviços destinados a esse público.

Cadeiras de rodas e bengalas, por exemplo, não estão enquadradas em nenhuma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Por este motivo, a entidade elegeu este ano como tema da Exponorma 2010 a acessibilidade. O evento, que aconteceu durante toda semana em São Paulo, tem como objetivo disseminar a importância da normalização para todos os públicos.

O Sebrae, uma das entidades parceiras da ABNT, já emprega há alguns anos pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, diz o gerente de Inovação e Tecnologia da entidade, Edson Fermann. Segundo ele, o Sistema Sebrae tem interesse em apoiar as pequenas empresas que vêm na acessibilidade uma opção para produzir produtos e serviços.

“Na parceria com a ABNT, podemos ajudar a desenvolver normas e soluções para que os empresários de pequenos negócios criem produtos inovadores”, diz o gerente. Ele cita como exemplo, no setor de transporte, os táxis ou limusines adaptáveis para o transporte de pessoas até teatros e cinemas. “Essa é uma faixa de mercado que praticamente não é atendida adequadamente”.

Fermann acredita que empresas que trabalham no setor de turismo, por exemplo, como as pousadas, deixam de aumentar o seu mercado quando não têm acessibilidade aos portadores de deficiência. Assim como restaurantes, bares e toda a área de entretenimento.

São Paulo - Para o diretor de qualidade do Imnetro, Alfredo Carlos Orphão Lobo, a acessibilidade vem evoluindo no Brasil em velocidades diferentes de acordo com os setores. “Na área de transportes, estamos caminhando em um passo mais acelerado. Já em relação à construção civil, a situação caminha de maneira mais lenta”.

Isso porque, segundo ele, uma lei federal obrigou os fabricantes de ônibus urbanos a produzirem modelos com acessibilidade e adaptarem os modelos antigos. “Até 2014 todos os ônibus urbanos serão acessíveis”.

No sistema aquaviário, segundo ele, uma parceria entre a Marinha e o Imnetro definiu que até 2013 todas as embarcações passem a ser fabricadas em condições de acessibilidade.

“O poder executivo é um grande indutor de políticas públicas para o desenvolvimento da acessibilidade no País”, disse Alfredo Carlos. A parceria com o Sebrae, segundo ele, visa dar ao pequeno empresário informação, assessoraria na implantação das normas e subsídio no processo de certificação. “Temos o Bonus Certificação, onde a pequena empresa encontrará respaldo para suas ações de inovação”.


Agência Sebrae