Mapa mostra risco de epidemia de dengue para o verão de 2010/2011, sem dispersão do sorotipo 4
O Ministério da Saúde antecipou em cerca de 45 dias o alerta para a prevenção da dengue devido ao grande risco de surtos no Brasil. “O combate tem que ser intensificado. Uma das ferramentas será o Risco Dengue, nova metodologia para estimar o risco de epidemia”, disse José Gomes Temporão, ministro da Saúde.
Segundo os dados atuais do Ministério, 19 Estados têm risco alto a muito alto de ter uma epidemia da doença no verão de 2011, 5 Estados, mais o Distrito Federal, têm risco moderado, 1 Estado (Santa Catarina) não tem risco e 1 (Rio Grande do Sul) apresenta apenas transmissão focada do vírus.
Rio de Janeiro, Amazonas, Amapá, Maranhão, Piauí, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba e Ceará têm risco muito alto de surto de dengue no próximo ano.
O Estado de Roraima apresentou em agosto os primeiros casos do país do sorotipo 4, mas, segundo o Ministério, a dispersão está contida e não há relatos em outros Estados. Já o Rio de Janeiro registrou o reaparecimento do tipo 1 após 20 anos.
Nova Ferramenta
A nova ferramenta terá indicadores mais sensíveis para antecipar medidas de combate. São eles: incidência de dengue em anos anteriores; índice de infestação pelo Aedis; monitoramento da circulação viral ao longo do tempo (qual o sorotipo e tempo); cobertura de abastecimento regular de água e coleta de lixo; e densidade populacional.
Segundo o ministro, o Risco Dengue permite a reação imediata a epidemias, com combate aos criadouros e análise da circulação do vírus. O indicador pode ser construído rapidamente com os dados já coletados. “A ferramenta ajuda a identificar áreas que precisam de maiores ações de controle. Permite ver nas cidades, quarteirões e ruas”.
O risco aumenta em municípios de maior porte e regiões metropolitanas que não tenham enfrentado epidemia recentemente, nem tenham alta circulação do sorotipo viral predominante no país. Ausência ou deficiência dos serviços de coleta de lixo e abastecimento de água, além do índice de infestação pelo mosquito transmissor, também são indicadores importantes.
A ferramenta identifica os chamados “pontos quentes”, locais onde as ações de prevenção e controle devem ser intensificadas antes do início das chuvas. “Como, no Brasil, 70% dos casos de dengue concentram-se entre janeiro e maio, estamos alertando todo o SUS com quatro meses de antecedência, para que as ações comecem imediatamente”, afirma Temporão.
Entre as ações imediatas a serem realizadas, estão: visitas domiciliares, mutirões de limpeza urbana, reforço da coleta de lixo, eliminação e tratamento de criadouros nas residências, aplicação de larvicidas e inseticidas e busca ativa de casos e óbitos suspeitos de dengue.
O ministro também explicou que o chamado fumacê mata os mosquitos vivos e não os ovos, e que esta é uma das medidas de combate à dengue. “A fêmea coloca seus ovos em diversos locais, o que torna o combate ainda mais difícil”, explica.
Trabalhadores de cidades e Estados serão treinados para utilizar o novo método. Além disso, 354 municípios (frente aos atuais 169 municípios) terão o LIRAa, que cataloga o índice de infestação pelo Aedes aegypti. O LIRAa (Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti) é feito em novembro e identifica os criadouros predominantes e a situação de infestação do município.
O saneamento básico e a coleta de lixo, assim como os protótipos de vacina para a dengue também tiveram sua importância destacada pelo Ministério. Um protótipo da vacina começou a ser testado há 2 semanas pela Universidade Federal do Espírito Santo.
Casos em 2010
Segundo último balanço divulgado pelo Ministério, até 3 de julho 482.284 casos de dengue foram confirmados e 306.771 ainda estão em investigação. Este número é 159% maior se comparado ao mesmo período de 2009. Na região Centro-Oeste, a incidência foi de 1344 casos para 100 mil habitantes.
Oito estados brasileiros concentraram 75% das notificações de casos, seis apresentam as mais altas incidências em relação ao total da população: Acre, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Roraima e Mato Grosso. Já São Paulo e Minas Gerais destacam-se pelo número absoluto de casos (187.460 e 182.789, respectivamente), embora não estejam entre as maiores incidências.
Foram notificados 9.688 casos graves de dengue -- sendo 2.271 casos de Febre Hemorrágica do Dengue/Síndrome do Choque do Dengue e 7.417 casos de Dengue com Complicações -- e 367 mortes. Destaca-se que sete estados (SP, RJ, MS, MT, MG, GO e RO) concentram 78,4% dos casos graves e 82,3% dos óbitos.
Para o Ministério, o aumento de casos pode estar relacionado ao predomínio do sorotipo viral DEN-1, que circulou com maior intensidade na década de 90 e voltou a predominar em alguns estados no final de 2009. Em 2010, o DEN-1 já foi identificado em 22 estados (exceto em Amazonas, Amapá, Maranhão, Paraíba, Sergipe).
Outros fatores, como o aumento da temperatura e a intensificação das chuvas, além de questões ambientais, como acúmulo de lixo e irregularidade na distribuição de água em muitos municípios brasileiros, também contribuíram para o cenário da doença em 2010.
Segundo os dados atuais do Ministério, 19 Estados têm risco alto a muito alto de ter uma epidemia da doença no verão de 2011, 5 Estados, mais o Distrito Federal, têm risco moderado, 1 Estado (Santa Catarina) não tem risco e 1 (Rio Grande do Sul) apresenta apenas transmissão focada do vírus.
Rio de Janeiro, Amazonas, Amapá, Maranhão, Piauí, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba e Ceará têm risco muito alto de surto de dengue no próximo ano.
O Estado de Roraima apresentou em agosto os primeiros casos do país do sorotipo 4, mas, segundo o Ministério, a dispersão está contida e não há relatos em outros Estados. Já o Rio de Janeiro registrou o reaparecimento do tipo 1 após 20 anos.
Nova Ferramenta
A nova ferramenta terá indicadores mais sensíveis para antecipar medidas de combate. São eles: incidência de dengue em anos anteriores; índice de infestação pelo Aedis; monitoramento da circulação viral ao longo do tempo (qual o sorotipo e tempo); cobertura de abastecimento regular de água e coleta de lixo; e densidade populacional.
Segundo o ministro, o Risco Dengue permite a reação imediata a epidemias, com combate aos criadouros e análise da circulação do vírus. O indicador pode ser construído rapidamente com os dados já coletados. “A ferramenta ajuda a identificar áreas que precisam de maiores ações de controle. Permite ver nas cidades, quarteirões e ruas”.
O risco aumenta em municípios de maior porte e regiões metropolitanas que não tenham enfrentado epidemia recentemente, nem tenham alta circulação do sorotipo viral predominante no país. Ausência ou deficiência dos serviços de coleta de lixo e abastecimento de água, além do índice de infestação pelo mosquito transmissor, também são indicadores importantes.
A ferramenta identifica os chamados “pontos quentes”, locais onde as ações de prevenção e controle devem ser intensificadas antes do início das chuvas. “Como, no Brasil, 70% dos casos de dengue concentram-se entre janeiro e maio, estamos alertando todo o SUS com quatro meses de antecedência, para que as ações comecem imediatamente”, afirma Temporão.
Entre as ações imediatas a serem realizadas, estão: visitas domiciliares, mutirões de limpeza urbana, reforço da coleta de lixo, eliminação e tratamento de criadouros nas residências, aplicação de larvicidas e inseticidas e busca ativa de casos e óbitos suspeitos de dengue.
O ministro também explicou que o chamado fumacê mata os mosquitos vivos e não os ovos, e que esta é uma das medidas de combate à dengue. “A fêmea coloca seus ovos em diversos locais, o que torna o combate ainda mais difícil”, explica.
Trabalhadores de cidades e Estados serão treinados para utilizar o novo método. Além disso, 354 municípios (frente aos atuais 169 municípios) terão o LIRAa, que cataloga o índice de infestação pelo Aedes aegypti. O LIRAa (Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti) é feito em novembro e identifica os criadouros predominantes e a situação de infestação do município.
O saneamento básico e a coleta de lixo, assim como os protótipos de vacina para a dengue também tiveram sua importância destacada pelo Ministério. Um protótipo da vacina começou a ser testado há 2 semanas pela Universidade Federal do Espírito Santo.
Casos em 2010
Segundo último balanço divulgado pelo Ministério, até 3 de julho 482.284 casos de dengue foram confirmados e 306.771 ainda estão em investigação. Este número é 159% maior se comparado ao mesmo período de 2009. Na região Centro-Oeste, a incidência foi de 1344 casos para 100 mil habitantes.
Oito estados brasileiros concentraram 75% das notificações de casos, seis apresentam as mais altas incidências em relação ao total da população: Acre, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Roraima e Mato Grosso. Já São Paulo e Minas Gerais destacam-se pelo número absoluto de casos (187.460 e 182.789, respectivamente), embora não estejam entre as maiores incidências.
Foram notificados 9.688 casos graves de dengue -- sendo 2.271 casos de Febre Hemorrágica do Dengue/Síndrome do Choque do Dengue e 7.417 casos de Dengue com Complicações -- e 367 mortes. Destaca-se que sete estados (SP, RJ, MS, MT, MG, GO e RO) concentram 78,4% dos casos graves e 82,3% dos óbitos.
Para o Ministério, o aumento de casos pode estar relacionado ao predomínio do sorotipo viral DEN-1, que circulou com maior intensidade na década de 90 e voltou a predominar em alguns estados no final de 2009. Em 2010, o DEN-1 já foi identificado em 22 estados (exceto em Amazonas, Amapá, Maranhão, Paraíba, Sergipe).
Outros fatores, como o aumento da temperatura e a intensificação das chuvas, além de questões ambientais, como acúmulo de lixo e irregularidade na distribuição de água em muitos municípios brasileiros, também contribuíram para o cenário da doença em 2010.
Da Redação