Resto do Matadouro Aves um perigo para os automoveis Lixo Hospitalar Residos de LavanderiaConsiderada a Capital do Jeans, Toritama, no Agreste, tem um lixão a céu aberto que é uma grande ameaça à saúde pública e ao meio ambiente. No local, onde não existe nenhum tipo de controle, estão sendo jogados lixo hospitalar, dejetos de matadouro e resíduos sólidos de lavanderias. O depósito fica às margens da BR-104 e a fumaça provocada pela queima do material também é um perigo para os motoristas que passam pelo local.Pelo menos duas áreas às margens da rodovia servem de depósito de lixo. Em ambas, o JC constatou a presença de lixo hospitalar e resíduos sólidos provenientes do processo industrial das lavanderias. Não foi difícil encontrar gazes com sangue, ampolas utilizadas em exames, seringas e embalagens de soro fisiológico. O lixão também acumula montanhas de resíduos sólidos que vêm do processo de tratamento físico químico da água usada nas dezenas de lavanderias que existem na cidade.“O lixo dos hospitais e os restos de animais do matadouro vêm para cá. Todos os dias, os caminhões que fazem a coleta para a prefeitura deixam isso aqui”, disse a dona de casa Maria Helena Silva do Nascimento, que também coleta material para reciclagem. Alheios ao perigo, ela e outras dezenas de pessoas vivem de venda papel e garrafas plásticas retiradas no lixão.De acordo com José Wellington Bezerra, 32, que mora no Sítio Serra da Costa, próximo ao lixão, insetos são alguns dos problemas causados pelo depósito a céu aberto. “As crianças vivem com coceira.”Do outro lado do terreno, a fumaça levada pelo vento é um martírio para os moradores. Segundo um agente de saúde que trabalha na área e preferiu não ser identificado, os problemas respiratórios são constantes nos moradores. “As roupas ficam pretas e até as aulas da escola local já tiveram que ser interrompidas por causa da fumaça”.Os secretários de Obras e de Saúde de Toritama disseram que não tinham informações de que o lixão da cidade estava recebendo lixo hospitalar. De acordo com o responsável pela saúde no município, Henrique Luna, a coleta dos resíduos hospitalares é feita de forma separada e o material é queimado em uma parte isolada do lixão. “Não estava sabendo que o lixo hospitalar estava sendo misturado com o comum. Vou mandar a Vigilância Sanitária verificar”, acrescentou.O secretário de Obras, Edilson Torres, disse que prefeitura assinou um termo de ajustamento de conduta com o Ministério Público, mas o governo não tem recursos para construir um aterro sanitário. “O município está negativado junto ao governo federal e não pode receber verbas. Estamos tentando um convênio com a Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe para tentar colocar os resíduos sólidos lá, onde tem aterro sanitário”.O termo de ajustamento de conduta, assinado em 2006, recomendava monitoramento do lixão, que deveria ter sido cercado. O promotor de Toritama, Bruno Melquíades, informou que está ciente do descumprimento do acordo e que está analisando a situação do lixão para tomar as medidas cabíveis.
Fonte Jornal do Comercio.