segunda-feira, 12 de abril de 2010

Empresas investem em ações para preservar o meio ambiente


E elas garantem: o marketing ecológico traz bons resultados para os negócios.

Empresas investem em ações para preservar o meio ambiente. E elas garantem: o marketing ecológico traz bons resultados para os negócios.
Uma franquia de lavanderia promove ações ecológicas que ajudam a fixar a marca da empresa. O envelope do tíquete de entrega e o cabide de roupas, por exemplo, são feitos de papel reciclado. E a cada dez peças lavadas, o cliente ganha uma sacola, feita de garrafa pet reciclada.
“Hoje a consciência ecológica tem que partir também do cliente. Eu acho que dá força para ele que está ligado na preservação do meio ambiente”, diz a cliente Sandra Mendonça.
Mais de 80 % das peças são lavadas à seco num equipamento. É uma espécie de máquina de lavar ecológica que usa solvente reciclado.
“É espetacular porque além de você estar de novo contribuindo com o meio ambiente, porque ela economiza água enormemente, uma vez que é um produto químico totalmente reciclável. A cada lavagem, ele passa por um processo de filtragem, de destilação e retorna limpinho para a próxima limpeza”, conta a franqueadora Maria Linares.
A lavanderia surgiu em 2005, já com o diferencial ecológico. Hoje são 12 lojas, entre elas quatro franqueadas. O investimento numa unidade é a partir de 280 mil reais. Inclui taxa de franquia e equipamentos como o cabideiro eletrônico e a máquina de lavar. A previsão de faturamento é de 35 mil reais por mês, com 18% de lucro.
“Esse visual da empresa junto da marca, a maneira como você embala. Tudo isso é atendimento e também é qualidade que você está entregando, são diferencias que você está agregando ao seu produto. Sem dúvida nenhuma, acho que faz diferença”, diz Maria.
Para a rede de franquias, trabalhar com produtos ecológicos é investimento, não despesas. Por exemplo, o cabide de papel reciclado custa 10% mais caro do que o tradicional, de metal. O gasto com os brindes das sacolas recicladas sai por R$ 750 mensais por loja. Mas o retorno vem por outro lado. O apelo ecológico atrai e fideliza os clientes.
“Eu acho que em primeiro lugar a gente olha a qualidade do serviço, mas é um diferencial, é um apelo que a sociedade está pedindo. Eu acredito, acredito em sustentabilidade e com certeza eu viria em uma loja que tem esse apelo”, comenta Olavo Pujol.
E o empresário Aires de Freitas também investiu no segmento de reciclagem. Ele descobriu uma fórmula que transforma a garrafa pet em espuma. O negócio começou com 30 mil reais e hoje tem uma empresa que vale milhões.
“Pelas informações que eu tenho, pelo que eu tenho observado, realmente é um produto inovador, uma grande descoberta”, conta o empresário.
Formado em tecnologia, o empresário substituiu parte dos derivados de petróleo na produção da espuma por matéria-prima ecológica – o pet reciclado. É que normalmente, as espumas são feitas de derivados de petróleo e emitem o conhecido gee – gás de efeito estufa. Para muita gente, o desafio era impossível.
“Quando mostrei a minha ideia na faculdade, para os amigos, todo mundo dizia que não funcionava e alguns químicos e as empresas também me fecharam as portas, dizendo que era impossível, que não funcionava”, diz Aires.
Foram dezenas de testes para se chegar ao produto final. Mas o tecnólogo não desistiu. Resultado: misturou o pet com aditivos químicos, derivados de petróleo, que ele considera segredo. E num condensador, tudo se transforma numa pasta. O material seco é transformado em pó: ganha propriedades físicas especiais. O processo altera as moléculas do pet.
A mistura ganhou poder de reação química. E vai aumentando de tamanho, dezenas de vezes, em segundos. É o pet em pleno processo de expansão – se transformando em espuma.
O empresário patenteou a fórmula. Com ela, é possível controlar a densidade do produto e fazer vários tipos de espumas. Elas são vendidas para indústrias de colchões, de refrigeradores e de móveis.
A descoberta animou o mercado. O pet substitui até 42% dos derivados de petróleo que fazem a espuma. E custa menos da metade do preço. Isso sem falar que o reciclado não polui. É uma produção limpa.
“O que ocorre é que nós temos um processo limpo, onde só usamos energia elétrica”, comenta o empresário.
Depois de provar que é possível fazer espuma com pet, surgiram interessados no mundo todo. O empresário fez parceria com um investidor e modernizou a fábrica. Hoje, só em equipamentos, empresa está avaliada em R$ 3 milhões.
O empresário vende 580 toneladas do pet em pó por mês, para todo o Brasil. E, também, já tem pedidos dos EUA e Europa. Mas, por enquanto, não consegue atender toda a demanda. O desafio agora é se preparar para um grande mercado.
“Esse mercado é estimado em torno de umas cinco mil toneladas/mês do pó, do produto micronizado. O produto, quanto produzimos estamos vendendo. Muito animado e muito esperançoso... só que a coisa melhore”, conta Aires.