A Rede Mel adota o modelo com revendedores, uma boa opção para tratar do assunto, ainda muito constrangedor para grande parte das pessoas
Lingerie Body leg avenue (R$ 135), parte do catálogo da empresaSexo, nos negócios, pode ser um problema. Apesar de o brasileiro falar mais sobre o assunto atualmente, como mostrou uma pesquisa do Instituto Datafolha em fevereiro deste ano, ainda há visível constrangimento de expor a própria figura. Por exemplo, 45% dos entrevistados afirmaram que os brasileiros são ‘totalmente liberados, abertos a qualquer experiência’, mas quando foram responder sobre si mesmos, apenas 24% se incluíram nesta categoria.
Foi pensando nesse receio natural das pessoas que os empreendedores Marcus Imaizumi, 34, e Ricardo Luchetti, 42, querendo abrir um negócio com artigos eróticos, adotaram o modelo de vendas diretas. “Vimos que existia uma demanda grande pelos produtos, mas a maioria das pessoas não entra em sex shops”, afirma Imaizumi, “e a revendedora é alguém que tem intimidade com o cliente, o que permite discutir questões relacionadas a sexo, erotismo, e ao próprio bem-estar que isso gera”. Ele diz que esse é um dos pontos mais sensíveis do negócio.
A ideia surgiu quando seu sócio, Luchetti, estava na Europa e viu o modelo de revenda para artigos sensuais. “Lá é um negócio consolidado. ‘La maleta roja’ é uma das pioneiras”, conta Imaizumi. E como vender artigos que muitas vezes são mal vistos pelos clientes? Desmistificando essa aura de “errado” e “proibido”. Por isso, diz Imaizumi, a empresa assumiu a posição de educar e informar sobre o assunto. Sabendo como uma vida sexual satisfatória pode elevar a auto-estima e gerar bem-estar, o cliente vai querer investir na área. E para dar conta da função informativa, a revista-catálogo da empresa foi fundamental. Além do catálogo de produtos, a revista da Rede Mel tem informações e matérias sobre sexo, erotismo e qualidade de vida para os clientes – segundo Imaizumi, é uma forma de agregar valor ao catálogo.
Ricardo F. Santos