domingo, 21 de fevereiro de 2010

O descaso público com o Terminal Rodoviário de Passageiros



Há alguns dias, quando me dirigi à rodoviária de Santa Cruz do Capibaribe, para embarcar à Campina Grande, presenciei e observei cenas e situações lamentáveis de descaso e abandono com o terminal, o único da cidade.
A princípio, vale considerar que a rodoviária da cidade tem apenas três guichês de viações disponíveis, sendo que, em pelo menos em um deles, há disponibilidade de apenas um ônibus por semana. Uma ou outra viação faz seu trajeto por Santa Cruz do Capibaribe sem possuir guichê. Muito pouco para uma cidade tão movimentada e visitada. Entretanto, essa situação é a de menor importância, já que a questão de embarque e desembarque de passageiros no Centro da cidade segue uma demanda proporcional, ao tamanho do terminal e à quantidade de plataformas disponíveis (3).
O que mais preocupa, em contrapartida é o descaso com o ambiente. Neste dia, em que esperava o veículo, havia apenas uma bomboniere funcionando como uma bodega, pois vendia de tudo, de doces a bebidas alcoólicas. Trabalhavam lá apenas, o dono da bomboniere, e um taxista a espera de passageiros. Do resto, eu. Sem sinal de administradores do terminal ou agentes de segurança. Os três guichês estavam fechados, demais lojas se apresentavam também com portas arriadas. Para tocar na questão da falta de limpeza, o banheiro, exalava para toda a rodoviária, odores insuportáveis de urina e fezes. O que aparecia para “desdesertificar” o local eram alguns clientes da bonboniere e amigos do dono, bem ao clima de marasmo de “microcidade”.
No entanto, ao cair da noite, foi freqüente o aumento de usuários de droga, que tentavam com os presentes, uns trocados para “fumar uma pedra”. E falavam bem abertamente sobre o uso.
Uma figura embriagada falou em alto e bom som “é melhor eu encher a cara do que fumar pedra”. Retrucava “a pedra corta o efeito da bebida, acho que eu vou fumar uma pra melhorar”.
Com a mudança do comércio para o Moda Center, houve a promessa de revitalização do Centro da cidade, porém, três anos depois o que vemos é um descaso público total com o bairro.
Acredito que com a rodoviária, o mercado público, o açougue municipal, as praças além de outros setores do domínio público, por não serem tão freqüentados pelos administradores e legisladores, como a Câmara de Vereadores, a Secretaria Municipal e o SISPOL, não merecem a mesma atenção.
Ulisses Nascimento, bacharelando em Psicologia,
santa-cruzense e colunista do Bolg do Melqui.