terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Microcrédito atende menos de 10% da demanda, afima Lupi

Ministro do Trabalho e Emprego disse que é preciso baratear o custo dos recursos para microempreendedores populares.
Nos últimos cinco anos, o volume de microcrédito ofertado no Brasil chegou a R$ 6,5 bilhões, emprestados por meio do Programa Nacional de Microcrédito. A oferta, porém, foi insuficiente para atender a crescente demanda por este tipo de financiamento. A conclusão é do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, que participou nesta segunda-feira (25) da abertura do IV Seminário de Microcrédito, no Rio de Janeiro. Desde a criação do Programa Nacional de Microcrédito, em 2005, o número de clientes ativos passou de 640 mil para mais de um milhão. “O potencial desse mercado é de 15 milhões de microempresários, o que demonstra que, embora o crescimento, ainda não conseguimos atender nem 10% do necessário”, disse o ministro. Ainda de acordo com o ministro, já foram realizadas mais de 5,2 milhões de operações. Somente em 2009, o volume ofertado foi de R$ 2,2 bilhões. Atualmente o programa opera por meio de mais de 300 instituições de microcrédito produtivo orientado, distribuídas por todo o país. Para Lupi existem dois grandes desafios pela frente. “Primeiramente temos que investir na divulgação do microcrédito. Muitos não sabem como pegar dinheiro nos bancos e nem como criar boas oportunidades com ele”, afirmou. Segundo Lupi, o recurso existe. “Dois por cento do imposto compulsório sobre cheque é para alimentar, incentivar e fomentar o microcrédito. Cerca de R$ 1 bilhão desses recursos estão sem tomadores. Para mim, isso ocorre devido a falta de divulgação da existência de recursos e onde estão disponíveis”, constatou. Sobre esse aspecto da divulgação, Lupi disse que será feita, em breve, reunião entre o ministério e representantes do BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Sebrae e a Presidência da República para juntos pensarem formas para melhor divulgar a existência desses recursos. O segundo desafio apresentado pelo ministro é tornar o dinheiro mais barato. “O limite do teto da taxa de juros do microcrédito é de 4% ao mês. Esse valor é alto. Não precisamos atingir o teto máximo. Recentemente liberei recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para renovação de táxi, com juros de 0,86% ao mês. Temos que encontrar mecanismos para baixar”, ressaltou.
Da Agência Sebrae de Notícias