sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Faturamento das padarias deve crescer 13% em 2009


O brasileiro está comendo mais pão nos últimos oito anos, disse nesta quarta-feira (2) o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação (Abip), Alexandre Pereira da Silva, que divulgou os números do setor. A prova disso é que o faturamento do setor deverá crescer aproximadamente 13% em 2009, com um valor de R$ 50 bilhões. “Estamos crescendo em faturamento, mas não em número de estabelecimentos. O que vemos é uma melhora significativa na qualidade e produtos oferecidos nas padarias”. Os números finais deverão ser divulgados no início de janeiro. A Associação já projeta um crescimento em 2010 de no mínimo 10%. No ano passado, a taxa de crescimento do faturamento das panificadoras e confeitarias no País ficou em aproximadamente 11% em relação a 2007. Ao longo de 2009, a indústria da panificação abriu 10 mil novos empregos, respondendo por mais de 760 mil postos de trabalho Segundo Pereira, a média de consumo do brasileiro é de 33 quilos per capita por ano, muito abaixo dos 60 quilos/ano (três pães por dia) que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS). “Nos anos 1990, esse consumo era de 26 quilos. O consumo de pão é uma questão cultural e não de preço, por isso, o consumo, que ficou estagnado por cerca de 10 anos, voltou a crescer nos últimos oito anos”. Países como Chile e Argentina, disse, chegam a ter um consumo de 70 quilos per capita. Já os gregos passam fácil a casa dos 100 quilos/ano. “A região brasileira que mais consome pão é o Sul, com média de 50 quilos per capita. No Norte do País, o consumo não chega a 10 quilos”. O setor de panificação atualmente abriga algo em torno de 63,2 mil empresas em todo o País; dessas, aproximadamente 60 mil são micro e pequenas, com a atuação de 127 mil empresários. Dos mais de 700 mil empregos diretos gerados, 245 mil (35%) são destinados à produção. A maior parte das empresas fica na Região Sudeste. O presidente da Abip acredita que a crise passou ao longo das padarias, sem afetá-las diretamente. Segundo ele, isso aconteceu porque o setor “criou uma musculatura resistente”. Ele explica que, nos últimos anos, iniciativas desenvolvidas pelo Programa de Apoio à Panificação (Propan), em parceria com o Sebrae, focadas na melhoria da gestão e desempenho dos empresários que operam no segmento, deram maior competitividade ao setor. “Temos cerca de 20 mil padarias que fazem parte da elite de panificação no País, mas queremos incluir as outras 43,2 mil”. Tendências O Estudo de Tendências: Perspectivas para a Panificação e Confeitaria 2009/2017, realizado por meio de convênio entre o Sebrae Nacional e a Abip, mostra que o consumidor tem menos tempo para consumir, é mais exigente e quer produtos mais frescos e na conveniência de adquiri-los, disse o coordenador nacional do Propan, Marcio Rodrigues. O estudo mostra também que, em 1999, foram atendidos 36,4 milhões de clientes nas padarias do País, e em 2008 este número saltou para 40,4 milhões de pessoas ou 25% da população. “Aproximadamente 65% das pessoas preferem a padaria para almoçar.” Para Pereira, cada vez mais as padarias estão sendo incentivadas a colocar frutas e verduras, de primeira linha, em suas gôndolas. “Essa é uma tendência de mercado mundial. O consumidor vai à padaria 15 dias no mês, sempre atrás de produtos frescos, por isso, as frutas e verduras são interessantes para fidelizar estes clientes”. O presidente da Abip aproveitou para pedir uma reforma tributária urgente, a fim de diminuir a informalidade no setor. “As pessoas não se formalizam porque a carga de impostos sobre os produtos e serviços é muito grande”. Enviou também um recado para quem for assumir a presidência da República em 2011. “É preciso regular o sistema financeiro brasileiro. Não é possível os bancos terem um lucro muito maior do que o sistema produtivo. O que está matando é o spread bancário. O pequeno comerciante está se financiando no cheque especial”. Ele admitiu que, dependendo do aumento do salário mínimo e da farinha de trigo no próximo ano, poderá ocorrer um pequeno aumento do preço do quilo do pão no segundo semestre de 2010. Atualmente o quilo do pão custa em média R$ 6,20.
Da Agência Sebrae de Notícias