sábado, 26 de dezembro de 2009

Como evitar as armadilhas da internet


Especialistas em direito recomendam aos empresários manter a vigilância nas páginas da web para evitar aborrecimentos e processos criminais, por concorrência desleal e até por danos morais
Hélio Pistelli sempre considerou o Google uma “agenda telefônica moderna”. Por esse motivo, faz questão de deixar atualizados todos os dados de sua empresa, a Pistelli, especializada em aluguel de galpões. Em 2006, ele passou a investir nos links patrocinados — sistema de publicidade dos mecanismos de busca em que é possível atrelar a divulgação do link do site de uma empresa ao conteúdo da pesquisa. Conectado, ele adquiriu o hábito de escrever palavras aleatórias para checar o resultado. Em uma dessas rotineiras rondas em busca do que andavam falando da sua empresa na web, ele se surpreendeu: quando o internauta procurava pela Pistelli, o anúncio que aparecia na página era o da empresa concorrente, a Formatto. “Descobri que a única empresa que comprou a palavra ‘Pistelli’ foi a Formatto”, conta. Convencido de que, dessa forma, perderia clientes, ele procurou a concorrente em busca de um acordo.
Segundo ele, sem sucesso. Decidiu então abrir dois processos contra a Formatto: um criminal, por concorrência desleal, e outro cível, pela abstenção da prática e indenização por danos morais. Em primeira instância, o juiz considerou que houve tentativa de desvio fraudulento de clientela, mas não reconheceu danos morais. Ambas as partes recorreram das decisões e a briga segue seu curso no Judiciário. Consultada pela reportagem, a Formatto não quis dar entrevista.
Por Wilson Gotardello Filho