domingo, 1 de novembro de 2009

Cemitérios virtuais guardam a memória, mas podem se transformar em purgatório


Feliz dia de finados...........

Sites de obituários prestam tributo a celebridades e a pessoas comuns e se valem de recursos de redes sociais para crescer


O facebook é a mais recente mídia social a ter um espaço para lembrar daqueles que já deixaram o mundo real. No virtual, cresce a oferta de sites que prestam homenagem aos que se foram e valem-se dos mesmos recursos que deram vida às redes sociais.
No francês Le Cimetiere, por exemplo, é possível adicionar um defunto, uma fotografia e depositar flores em seu túmulo virtual da mesma maneira que se pode criar um perfil no Orkut, adicionar uma foto no Flickr ou enviar um presente pelo Facebook. O site sobrevive cobrando serviços premium como, por exemplo, envio de SMS comunicando a perda de um ente querido.A comunicação da viagem sem volta pode ser agendada ainda em vida no Slightly Morbid. Nesse site, o usuário cria uma conta e inclui nome e e-mail daqueles a quem deseja comunicar quando partir. Outros sites, como o Gone too Soon, abrem espaço para que se possa homenagear quem está hospedado em uma cova virtual. Em muitos desses espaços, a moderação é um serviço pago. Não comprar esses serviços significa dar condição para que também se possa falar mal do falecido. É a idéia de reputação nas redes sociais transformada em uma espécie de purgatório, em julgamento póstumo.Cada um dos 300 milhões de usuários do facebook teria que deixar a rede um dia, mas o site de relacionamentos anunciou a criação de um espaço dedicado à memória dos usuários que já não acessam mais a rede. "Quando alguém nos deixa, não sai da nossa memória nem da nossa rede social" escreveu o responsável pela segurança do Facebook, no blog corporativo. Segundo Max Kelly, este será um lugar onde as pessoas poderão guardar e compartilhar as lembranças daqueles que já se foram. Como ele responde pela segurança da rede, garante que os perfis serão privados e será exigida uma prova de que o sujeito realmente morreu. A cópia de um anúncio fúnebre impresso, por ironia, já dá a chave para o ingresso do falecido na sua nova morada.
Sérgio Lüdtke-Época