segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Para consumidor apressado, frutas já vêm com marca


Tudo começou com uma maçãzinha. O consumidor brasileiro sempre gostou das maiores maçãs e as pequenas, que pela natureza nascem no mesmo pé das mais graúdas e nunca tiveram muito mercado. Mas, em 1995, a agropecuária Pomelle, comprada em 1998 pela Fisher, teve a ideia de embalar as minimaçãs e vendê-las com uma marca: Maçã da Turma da Mônica. Surgia, então, o primeiro produto de hortifruti embalado com marca no mercado brasileiro. Hoje, 14 anos depois, as miúdas maçãs são consideradas as precursoras de uma tendência que desde o início do ano vêm ganhando mais espaço nos supermercados: as frutas e verduras com marca.
"Muito consumidor já pede o produto pela marca", diz Paulo Oliveira, diretor de perecíveis do Wal-Mart. Dentre os mais requisitados, seja no Wal-Mart, no Pão de Açúcar ou no Carrefour, estão as Maçã Turma da Mônica, os tomates Mallmann (Hortigranjeiros Mallmann), o melão Rei (Itaueira Agropecuária), o abacaxi Redinha (Hatori ) e os mamões golden Turma da Mônica (Gaia Agribusiness).
"São produtos selecionados, que o consumidor pode comprar sem precisar escolher. Dá para levar de olhos fechados", diz Waldir Ladário, diretor de frutas, legumes e verduras do Carrefour.
A diferença entre esses itens e as tradicionais bandejinhas de isopor é que as primeiras são empacotadas no supermercado. A seleção é feita na loja. Mas os produtos embalados pelo fornecedor vão além. "É uma produção especial. No nosso caso, são tomates que crescem em estufa, com fertilizantes diferenciados e higienização bem mais intensa que a dos produtos a granel", afirma Marcos Leite Ferreira, administrador da Hortigranjeiros Mallmann.
Esse processo, segundo a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), Margarete Boteon, é chamado de manipulação mínima. "Esse é um mercado que tem crescido por iniciativa dos varejistas. Eles têm pressionado os fornecedores a oferecer cada vez mais produtos embalados", afirma. Isso acontece, segundo Leonardo Miyao, diretor de frutas, legumes e verduras do Grupo Pão de Açúcar, por exigência do consumidor.