quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Jovens acham crescimento profissional mais importante que bons salários


A chegada da geração Y ao mercado de trabalho trouxe para as empresas o desafio de alinhar o trabalho entre as gerações. Rápidos, antenados, descontraídos e ousados, quando o assunto é carreira, universitários e recém-formados não se contentam apenas com um bom salário, mas estão em busca de empregos que proporcionem ascenção profissional, desafios, aprendizado constante e bem-estar. Para entender o que eles querem e como se comportam, a Cia de Talentos, consultoria em Recursos Humanos pertencente ao Grupo DMRH, desenvolve anualmente a pesquisa "Empresa dos Sonhos dos Jovens". O estudo, que neste ano está na oitava edição, mostra como os jovens acham que deve ser a empresa ideal, qual a expectativa de permanência no emprego e quem são os líderes mais admirados. Os 26.281 participantes da amostra válida também escolheram as dez empresas mais desejadas para iniciar a carreira. O levantamento constatou que ao buscar uma empresa para trabalhar, o crescimento profissional que ela propicia é o que mais pesa na decisão. Em seguida, avalia-se, por ordem de importância, a chance desenvolvimento e aprendizado, ambiente de trabalho, remuneração e apoio a cursos e treinamentos. Em 2008, ganhar bem era a primeira preocupação da juventude. Porém, Sofia Esteves, presidente do DMRH, afirma que com a crise econômica e o crescimento do desemprego, o jovem passou a dar mais valor a outros fatores. "Ele tem total compreensão de que a crise afetou a economia mundial e sabe que as empresas estão reduzindo gastos. Além disso, está em busca de realização profissional e o dinheiro é visto como resultado de um bom trabalho na área de atuação". Sofia diz que, ao contrário de outras gerações, os jovens atuais querem que o trabalho seja quase um lazer e esperam que o relacionamento entre colegas e gestores seja de amizade, confiança e respeito. A pesquisa concluiu a geração Y está disposta a permanecer no emprego por um período mais longo. Ao todo, 26 % acham que o ideal é ficar entre 6 e 10 anos e 19% gostariam de trabalhar no mesmo local por mais de 20 anos. Apenas 11% acham que o tempo de permanência deve ser inferior a 4 anos.
As mesmas razões que os atraem para fazer parte de uma empresa são as que os fariam sair dela. Metade dos entrevistados afirma que a falta de crescimento é o principal motivo para querer trocar de companhia. Outro fator que dificulta a retenção de talentos é o clima desagradável, apontado por 48% dos jovens como motivo de saída. A falta de desenvolvimento profissional foi citada por 38% deles e não ter salário e benefícios adequados ao cargo por 34%.