sexta-feira, 24 de julho de 2009

O mundo é cor-de-rosa


Aos dez anos de idade, Clovis Souza começou a trabalhar em uma floricultura instalada embaixo de sua casa, no bairro da Mooca, em São Paulo. Não por necessidade. O garoto queria conquistar a sua independência financeira e tanto insistiu que a tia arrumou o serviço. Sua principal tarefa era tirar espinhos de rosas e limpar as flores que seriam usadas nos arranjos. Pegava no batente às 14 horas, depois de voltar da escola e almoçar. Nos fins de tarde, a mãe aparecia para saber se estava tudo bem - e trazer um lanchinho. "Os outros funcionários riam muito de mim", relembra. Com o primeiro salário, fez questão de comprar uma pizza de mussarela para toda a família. "Desde aquela idade, eu queria ter o meu dinheiro", diz. Pois conseguiu: com seus próprios "trocados", comprou uma casa própria para cada membro do clã - a mãe, os três irmãos e ele mesmo. Souza transformou uma atividade prosaica em um negócio com faturamento anual de R$ 15 milhões projetado para 2009. Hoje, aos 39 anos, é dono da Giuliana Flores, uma das maiores floriculturas online do país. Com 89 funcionários - entre eles, nove familiares -, a empresa prevê neste ano vendas 40% superiores às de 2008.
Foram vários episódios e aprendizados em 29 anos de carreira, mas é possível afirmar que o destino do empresário foi traçado naquele primeiro ofício. O menino simplesmente apaixonou-se pelas flores. Manuseá-las dava-lhe um grande prazer e, curioso como só ele, Souza via um mundo se abrir naquela lojinha sob a sua casa. "Flores são usadas para presentear pessoas próximas em momentos de alegria. Poder participar dessas ocasiões é recompensador."