sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pequeno atelier do Acre exporta peças em madeira


Caixa de madeira feita na Marchetaria do AcreDo atelier do artista Maqueson Silva, em Cruzeiro do Sul, no Acre, saem peças de marchetaria como porta-jóias, quadros e bandejas, que já conquistaram o Brasil e o mundo. França, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Suíça, China, Estados Unidos e o emirado de Dubai estão na lista dos importadores.
A Marchetaria do Acre foi criada por Silva há 17 anos e as primeiras exportações foram fechadas em 1999, mas apenas há cerca de três anos deram um salto e hoje são responsáveis por cerca de 40% do faturamento da empresa. O contato com Dubai ocorreu durante a participação em uma missão comercial, organizada pelo Itamaraty no ano passado, para Índia e Emirados Árabes.
"Gostei muito de Dubai. É um mercado com um outro nível de exigência e requinte. Eles já passaram do luxo, querem peças de ostentação", afirma Silva. De acordo com o artesão, há várias possibilidades de negócios com o emirado. "Já mandamos peças como caixas oitavadas (com oito lados) e bombonieres com motivos geométricos. A repercussão foi ótima", diz.
O artista utiliza como matéria-prima restos de madeira industrial e se inspira em motivos da Amazônia, como a flora e a fauna, para criar cerca de 300 novas peças por mês. Empresários, embaixadores e instituições de vários setores integram a carteira de clientes da Marchetaria do Acre, que também possui uma loja no Aeroporto de Rio Branco e conta com representantes comerciais por todo o Brasil.
De pai para filhoMaqueson Silva nasceu no povoado de Flora, onde só se chega de barco ou de avião. Foi lá que o artista começou a trabalhar com madeira, incentivado pelo pai que o ensinou a identificar as diversas texturas da madeira, raízes e galhos.
Muito anos depois, o interesse pela arte o levou para duas temporadas na Alemanha e na Itália, países onde estudou com grandes mestres da marchetaria. Hoje, ele vive na cidade de Cruzeiro do Sul, a 700 quilômetros da capital Rio Branco, onde está instalado seu atelier.
Como a região é carente de mão-de-obra especializada, o artista criou uma escola para ensinar gratuitamente o ofício da marchetaria. Segundo ele, mais do que mostrar a técnica, fala para os alunos sobre ética e filosofia. Além da escola, Silva planeja desenvolver projetos de reflorestamento e maior aproveitamento racional da madeira.
ReconhecimentoNo ano passado, a Marchetaria do Acre ganhou o Prêmio Top 100 de Artesanato, realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que premiou as 100 empresas mais competitivas do segmento