terça-feira, 28 de abril de 2009

De empregado a patrão


Descendente de japoneses supera o receio de abrir a própria empresa e já pensa em franquia. Parte da terceira geração de uma família de japoneses, me formei técnico em ciência da computação e sempre sonhei trabalhar de terno e gravata como analista de sistemas em uma grande empresa na avenida Paulista, no coração de São Paulo. Só que sonhos nem sempre se tornam realidade. Recém-formado, comecei a trabalhar numa pequena empresa de desenvolvimento de software, que fechou pouco tempo depois com a implementação do Plano Collor. Desempregado, fiz o mesmo que milhares de descendentes de japoneses. Parti rumo ao Japão para trabalhar como dekassegui.
Do outro lado do mundo trabalhei em diversos setores - autopeças, construção civil e eletro-eletrônico, entre outros. Consegui juntar um dinheiro, conhecer a cultura de meus antepassados e tive a oportunidade de vivenciar o dia a dia de várias empresas japonesas. Foi um ótimo aprendizado.
De volta ao Brasil, em 1994, uma conhecida de minha mãe perguntou se minha família não queria comprar sua rotisseria italiana, localizada em Mogi das Cruzes, Grande São Paulo. Ela insistiu muito e acabamos comprando o negócio.
Senti uma grande insegurança ao pensar na possibilidade de ter um negócio próprio, porque eu pensava como assalariado e estava acostumado com a certeza de ter o salário depositado em minha conta todo mês. Não foi fácil. Por diversas vezes tive vontade de largar tudo e pensei até em voltar para o Japão, onde teria um salário depositado mensalmente trabalhando como operário. Mas eu persisti.